segunda-feira, 20 de maio de 2013

Gostamos nós mulheres de falar dos problemas e não de resolvê-los?



Sábado foi dia de saída noturna e em conversa com a secção masculina percebi que a opinião da maioria dos homens é que as mulheres perante um problema em vez de se focarem em resolvê-lo, focam-se sim em falar do mesmo até à exaustão... Será mesmo assim?
Revendo-me a mim própria como mulher e a outras mulheres com quem convivo posso admitir que há um certo fundo de verdade naquela afirmação.
Senão vejamos, perante um problema, em especial problemas do foro sentimental, qual a nossa primeira reacção? Correr para o colo das nossas melhores amigas e esperar que elas nos dêem total razão e que, tal como nós, vejam o motivo da discórdia como o fim do mundo? (pelo menos do nosso mundo).
No fundo assim é de facto... Contudo, a nossa motivação prende-se com algo que é quase inerente à condição feminina que é o facto das mulheres necessitarem de expurgar os seus problemas falando deles e debantendo-os até ao limite do considerado normal... Se isto é normal? Para nós sim... O problema vai perdendo a sua força e magnitude à medida que falamos dele, que ouvimos a opinião de quem gosta de nós, à medida que serenamos o espirito quando vislumbramos a chamada "luz ao fundo do túnel", quando percebemos que o problema afinal é resolúvel e que no fundo a resposta está dentro de nós mesmos... Talvez se os homens pensassem mais, reflectissem sobre as suas próprias atitudes, sobre as atitudes dos outros, tendando descortinar o que de facto está mal e onde errámos, onde o outro errou... Senão conseguirmos responder a todas as nossas perguntas, dúvidas e anseios nunca conseguiremos seguir em frente, sem carregar o peso de uma relação falhada, de uma amizade desfeita, de erros cometidos mas não assumidos... Para nós mulheres a realidade é simples: alguém magoa-nos, ficamos em baixo, falamos do causador de tal mágoa até que nos sai pela boca tudo o que nos vai na alma e em seguida esquecemos e seguimos em frente... mais fortes do que nunca, mais preparadas e seguramente bem resolvidas...
Sem dúvida que invejamos a objectividade masculina mas no fundo... lá bem no fundo... adoramos ser completamente subjectivas... subjugadas aos designíos do coração que nos faz sempre sofrer mas que também nos enche a alma e nos torna felizes... felizes porque percebemos o que se passa dentro de nós, porque entendemos o que nos rodeia, porque de facto assumimos onde erramos e onde vamos melhorar... e sim falamos dos nossos problemas até exaustão mas ao contrário do que a secção masculina pensa esse falatório, considerado subjectivo, faz parte da nossa forma de começar a resolver o dito problema... falando, debatendo, tentando encontrar a resolução... mesmo quando ela aparentemente não existe... e isto faz-nos sentir melhor... Somos assim ;)

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