Começando do
início, casa dos 20, recém solteira após longos, duradouros e algo felizes 7
anos de relação, aqui estou eu de volta as malhas de uma vida de desenrasque… a
todos os níveis.
Namorei durante
7 anos, um mês e 11 dias para ser precisa e sim acabou de um momento para o
outro do nada e sem eu estar à espera…
Após (mais uma)
discussão sobre o Benfica e o quanto o maldito clube ocupava o tempo do meu ex
namorado ficamos assim como que chateados um com o outro e eu acabei por fazer
aquilo que sempre fiz: estive cerca de três dias sem dizer nem ai nem ui (coisa
que fazia com relativa facilidade e frequência) contudo o comportamento dele
não foi o esperado, não foi o comportamento habitual…
Ao contrário do
que sempre aconteceu ele não me procurou, não ligou, não mandou sms, e-mail ou
qualquer outro tipo de contacto… e pronto lá fui eu a dar o braço a torcer
pensando que seria apenas mais uma discussão das muitas que já tivemos. Nada
mais errado! A partir daquele momento já nada foi igual e passado cerca de duas
semanas da bem dita discussão acabámos definitivamente e até à data (e que
assim continue) para sempre… Melhor… não acabámos, ele acabou comigo alegando
que apesar de ainda gostar de mim (porque não se deixa de gostar de ninguém de
um dia para o outro segundo o próprio) precisava de espaço, de estar sozinho e
como seria óbvio não existia ninguém que estivesse por detrás de tal decisão
(adoro quando me tentam fazer de estúpida). Enfim lá aceitei dolorosamente o
final da relação (não tive outro remédio) e fui tentando viver… Obviamente que
sempre ligada ainda a ele e esperando ansiosamente pelo dia que ele viria a
correr atrás de mim e me diria que afinal tinha errado e que afinal eu era a
mulher da vida dele… e esperei… esperei… esperei… Enfim resumindo esse dia
nunca chegou, aliás o que chegou foi uma bela encomenda, cerca de dois meses
depois de acabarmos, com 1,60
m, copa C, um cópia quase perfeita da minha própria
pessoa (ok com mais peito e rabo e provavelmente paciência mas com muitooo
menos classe) e que arrematou o meu ex namorado como se de um troféu se
tratasse… Enfim doeu, sentimento de posse ao mais alto nível, sentimento de
invasão de território totalmente inconsciente e incontrolável e pronto estava
criado o meu objecto de ódio… E assim passei assim 5 longos meses a odiá-los e
a desejar que ele tivesse aprendido algo com esta situação… Até que… TUDO MUDA…
E sim tudo
mudou… apareceu alguém que literalmente invadiu a minha vida e remexeu em tudo
mesmo sem nunca ter tido noção disso e da importância que teve (tem?) para mim…
A pessoa mais
diferente de mim à face da terra, alguém de quem, no meu perfeito juízo,
manteria a devida e saudável distância… mas não, resolvi entrar nesta pseudo
relação, não de cabeça mas pé ante pé e quando dei por mim estava sem pé, sem
chão… afundada em sentimentos contraditórios e lutas interiores… Gostar de
alguém em que reconhecemos poucas ou nenhumas qualidades humanas custa de facto
admitir… Mas a verdade é que gosto (chamem de pancada, obsessão, taradísse, qualquer
coisa lol) e que apesar de tudo protejo (porque sim eu vejo a pessoa que é mas
detesto ver alguém a dizer mal dele gratuitamente), enfim… foram meses em que
me senti numa verdadeira montanha russa, umas vezes a delirar com a adrenalina
de não saber o dia de amanhã outras vezes enjoada com tamanha falta de chão e
desconhecimento… A verdade é que apesar de tudo, entre altos e baixos, entre
aproximações e afastamentos, lá me fui equilibrando na corda bamba que sempre
foi esta relação…
Como se não bastasse
a aventura que esta relação me causava a verdadeira agonia chega quando de
repente aparece um outro alguém e de repente, e assustadoramente, assume um
lugar de destaque… uma NAMORADA (??!!) e eu penso: “FDX só pode estar a
gozar!”… Uma loira, cheia de silicone e com cara de quem faz da noite o seu
dia… e eu penso novamente: “FDX só pode estar a gozar! É esta pessoa que ele
quer para ele?” pelos vistos era… Não por muito tempo claro… O Rei do Desapego
de novo se desapegou e voltou ao que sempre foi… alguém que se relaciona em
massa… ou seja está com muita gente e não está com ninguém… E tudo voltou ao
normal entre nós, entre picardias, amassos, carinho, desejo, raiva e tesão lá
fomos andando na nossa vida de pseudo amigos, pseudo amantes…
Vida atarefada
não? E acham que acabou por aqui? Lamento… não acabou…
Ainda na Era da
NAMORADA, nada me restou senão tentar ignorar determinantemente esta relação e
fingir que nada se passava mantendo um afastamento natural que a situação
exigia… Porém num certo dia do mês de Setembro, numa certa festa, onde
estávamos TODOS (sim toda a comunidade) o “melhor” amigo dessa pessoa, meu
amigo também e de quem sempre gostei muito resolveu em plena festa com muito
álcool e música electrónica à mistura abrir o “coração” e dizer que “gostava”
de mim… (todas estas palavras com aspas é porque toda esta situação deve ser
extremamente bem filtrada). Senão vejamos, esta pessoa foi a primeira que
conheci no grupo, a certa altura demonstrou um certo interesse por mim contudo
sempre achei que era muito fogo de vista e que por isso mesmo nunca dei
qualquer hipótese ao mesmo… Sempre falámos bem, sempre gostei dele mas numa perspectiva
de boa amizade… nada mais… Porém, naquela tarde de Verão, em Setembro, quando
ele expõe algum tipo de interesse, sentimento por mim, fez-se um click… um
estranho click, uma espécie de ligação… Para ajudar à festa além de ser o
melhor amigo era também um antigo flirt de uma grande amiga minha… Todos os
ingredientes necessários para que a coisa desse pró torto… e de facto nessa
mesma noite deu… Ofuscada pelo álcool, pela música, pela festa, pelas pessoas,
as palavras que ele me dizia atingiam-me com uma força que não tinham… E sim no
fundo estava a adorar ouvir o que ele estava a dizer e sim se não fosse aquela
a situação o final teria sido outro… mais feliz talvez… Apesar dos inúmeros
copos bebidos a verdade é que eu percebi a gravidade que aquela realidade
estava a tomar… Tinha uma grande amiga a topar tudo e a perceber que se estava
a passar algo… E nada me restou senão tentar falar com ela explicar o mínimo
possível tentando não a magoar… Assim o fiz o que a minha consciência mandou… Penso
que ela nunca percebeu a real situação que estávamos todos a viver e por um
lado ainda bem… Só a ia magoar sem necessidade… A realidade é que nunca pus
verdadeiramente em causa a nossa amizade que poderia acabar por causa de uma
noite… É verdade até gosto dele, gosto da pessoa que ele me mostra ser mas
conheço-o o suficiente para saber que tenho de saber filtrar bem tudo o que me
diz, tudo o que diz sentir, todas as suas ideias, atitudes e comportamentos…
Não digo que ele não goste de mim, que não sinta carinho mas a verdade é que
ele é homem e eu sou mulher e sei exactamente o que iria acontecer… Iria por em
causa uma quantidade infinita de coisas na minha vida por mais uma relação
falhada (tem todos os ingredientes para correr mal!)… Por isso vou levando a
vida com pezinhos de lã, tentando equilibrar-me na corda bamba desta relação… A
mim importa-me a amizade e acho que essa é a base da nossa relação e por isso
também não me conseguir afastar totalmente dele… gosto dele, adoro falar com
ele, temos gostos em comum, pensamentos parecidos mas não estamos sempre em
sintonia o que dá uma certa graça à coisa… Ás vezes sinto-me culpada por me dar
com ele como se estivesse a fazer algo de mal… mas na realidade não estou… pois
não?! Sinto muitas vezes medo e por isso não conto que falei com ele, ou que
mantemos contacto constante… Tenho sempre medo de ser mal interpretada e ando a
fazer jogos de cintura que me causam agonias e mal-estar, que não fazem parte
da pessoa que sou… Sei que somos observados por algumas pessoas que esperam ver
até onde chegamos com esta “brincadeira”, o que essas pessoas não sabem é que
existe amizade e não amor, não nos enrolamos, nem temos nada um com o outro… Sei
que há pessoas há espera da minha primeira escorregadela para me caírem em
cima… Espero não lhes dar nunca esse gostinho…
E assim começa
2014: com o Ex arrumado na prateleira (acho que estou bem resolvida), um Como
Assim a querer fugir da minha cabeça mas entranhado no meu coração e uma grande
amizade que me pode trazer agruras mas da qual também não quero abdicar.
O que mais poderá acontecer? Não sei… Só sei que vou tentando levar a
vida no meio destas confusões tentando fazer o que a minha cabeça manda mas
sempre com o coração a suspirar por de trás…