segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Enaltecimento de defeitos alheios...

É verdade que quando não queremos gostar tudo fazemos para enaltecer os defeitos da outra pessoa?

E de repente envolvemo-nos e o perigo de gostar e apaixonar existe (e é grande) mas não queremos... porque a pessoa não está dentro dos nossos parâmetros, porque vamos mudar de pais, porque queremos algo melhor... porque... porque...

Mil e um razões para justificar um coração que quer bater que nem louco mas que o cérebro trava sem dó nem piedade...

E nada melhor que encontrar um poço de defeitos que venha suportar a nossa decisão de não gostar... Vamos chamar à colacção todos os defeitos possíveis e imaginários da pessoa amada e assim ajudar-nos a não gostar, a não querer estar, a não ter saudades, a não ter vontade de agarrar...

De repente olhamos para a pessoa e dizemos: "nahhh não posso gostar dele! afinal tem imensos defeitos!"... concentramos as nossas energias a enaltecer todos os defeitos que encontramos até ao limite do inimaginável...

O curioso deste processo de destruição massiva de sentimento é que nunca resulta... Não vale a pena tentarmos não gostar, não vale a pena só ver defeitos, não vale a pena dizer que a pessoa não presta... Nada disso importa... Nada disso nos impede de gostar... Nada disso nos chega ao coração... porque esse... esse so vê qualidades... porque gosta e nem sabe porque gosta...

Devemos proteger-nos sem dúvida... mas a realidade é que quando o coração bate nada mais temos a fazer senão aguardar o tempo necessário para que seja possível deixarmos de gostar, que o coração desligue do sentimento e se apaixone por outro alguém que a nossa cabeça considere digno desse efeito sobre nós...

E assim iremos percorrendo os caminhos da vida esperando que um dia esse dia chegue... 


domingo, 29 de setembro de 2013

Quando as noites doem nos dias...

Quando as nossas decisões e atitudes tomadas no calor da noite se refletem no dia seguinte... na alma... no coração... no corpo...

Quando perdemos o nosso discernimento e fazemos coisas que não nos orgulhamos, fazemos aquilo que não devemos, aquilo que sabemos que no dia a seguir nos vai magoar...

Mesmo assim vamos... fazemos... tocamos... beijamos...

Toldados pelo alcool, pela vontade, pelo coração (?)

Será tudo uma questão de coração?

Fazemos bebedos aquilo que queriamos fazer sóbrios?

Atrás da capa do alcool dizemos tudo o pensamos sóbrios... sem filtros... sem cuidados... a realidade parece-nos cor de rosa e inconsequente... Nem por um momento pensamos que nos vamos arrepender amargamente no dia seguinte...

Todos os sentimentos são ampliados ao limite de não conseguirmos guardar cá dentro o que de facto se passa no coração... Porque o coração sente, chora e ama... ama quem não devia, quem não merece... ama porque ama sem porques, justificaçoes ou preocupações de demais...

E em noites destas o sentimento pula cá para fora e sai disparado... atingindo tudo e todos...

Mas no fundo os maiores atingidos somos nós mesmos... Somos nós detentores de tal sentimento quem mais sofre... quem se vai abaixo... quem sente... E mesmo assim vamos atrás do coração quando o menos devemos seguir...

Quando a cabeça nos avisa e emite um valente aviso mas que o coração não vê nem quer ver... Porque o coração só vê aquilo que quer... só sente o que não deve...

Merda para o coração!
Merda para as noites de loucura que doem quando acordamos e pensamos no que fizemos... dissemos...
Merda para tudo isto... 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

E de repente...

De repente o olhar cruza e o coração estremece...

O telemóvel toca e o pensamento voa... olho para o visor e sorrio... sorrisos interiores que se expressam através do movimento da boca...

De repente um arrepio percorre a espinha lembrando do perigo vivido... O risco alto demais para ser vivido mas bom demais para se virar as costas...

Na verdade o medo, a adrenalina, o desconhecido e misterioso faz-nos sentir vivos... faz-nos querer mais... e no fundo exerce um poder demoníaco, em que quanto mais queremos parar e voltar atrás mais enredadas no esquema ficamos...

Mais uma prova indubitável de que na vida pouco ou nada controlamos... Nem a nossa mente conseguimos controlar pois esta é constantemente invadida... Pensamos no que não queremos e as nossas acções não conseguem traduzir aquilo que na realidade pensamos...

Ficará para sempre o mistério do porquê de querermos viver o que não podemos, de querermos o que não nos faz bem, de fazermos o que não concordamos...

Será pelo simples prazer do perigo? Ficará para sempre a dúvida humana do porquê desta atracção fatal pelo fruto proibido...




Paixão ou posse?

Tema de difícil trato...

Quando o objecto do nosso desejo nos foge das mãos para as mãos de uma qualquer... pessoa e ficamos assim um tanto ao quanto "aborrecidos" quer dizer exactamente o que?

Amamos essa pessoa?

Gostamos dessa pessoa?

Ou será uma simples manifestação desse tão pouco nobre sentimento: A POSSE?

E pior... Como descobrir o que de facto vai cá dentro? Como saber se a sensação de desconforto que sentimos se deve a uma paixão mal resolvida ou um simples doer de desapego de algo que um dia considerámos nosso?

O sentimento de posse ao mais alto nível... O verificar que algo que pensávamos ser nosso já não é... na realidade nunca o foi...

A irritação que dá o facto de ver outra pessoa a ganhar um lugar de destaque na vida do outro... e nessa sequência vem a fatidica pergunta: Porque ela e não eu? O que é que ela tem que eu não tenho?

A realidade vai muito além disto, ou seja, única coisa que a outra pessoa tem que nunca consegui alcançar foi msm o coração do outro...

Só isso justifica certas e determinadas escolhas... O coração bate com quem menos esperamos... talvez seja esse o caso... ou talvez não...

Enquanto tudo isto se desenrola, por mais capas e disfarces que ponha, a situação continuará a afectar... mais do queria... mais do que devia... mais e de mais...

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Sonho é a Pior das Cocaínas

O sonho é a pior das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma.

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego

domingo, 22 de setembro de 2013

A vida é um emaranhado de nós...

Ás vezes a vida parece-nos de facto um enorme emaranhado de nós...

Onde nada faz muito sentido... Onde sabemos que estamos a errar e mesmo assim continuamos a percorrer um caminho perigoso...

Por vezes é estranho saber que estamos a fazer aquilo que não devemos e mesmo assim não mudamos a nossa atitude e permanecemos com uma atitude permissiva tentando controlar aquilo que há muito sabemos não poder controlar...

A vida de facto é o que fazemos dela... a vida presenteia nos com as consequencias das nossas próprias atitudes...

Sabemos que tudo o que fazemos, e as decisões que tomamos, as escolhas que fazemos têm um preço... e mais cedo ou mais tarde pagamos por todas elas...

E muitas vezes o preço a pagar é alto demais... As consequencias da acção são demasiado devastadoras para a satisfação que nos dá o erro cometido...

Será a adrenalina do perigo que nos dá uma enorme vontade de fazer aquilo que não devemos? Por sabermos que é errado que nos dá mais vontade de cometer o pecado?

Ninguém é perfeito e toda a gente comete erros mas... cometer erros consciente de que é um enorme erro e que mais tarde irás pagar um preço demasidado alto por esse erro não será estupido?

E ter noção que somos nós essa pessoa? Ter consciencia que o que estamos a fazer ou a permitir é errado? E mesmo assim deixarmo-nos levar... deixar que aconteça... porque queremos... porque temos vontade... porque nos atrai... porque mexe conosco... porque já não controlamos...

E de repente a precepção de que não controlamos mesmo nada na nossa vida invade-nos e torna-nos vulneráveis... torna-nos do tamanho de uma ervilha... torna-nos tão pequenos na nossa existência que a vida que temos parece sempre pouca...

Resta-nos a esperança que a consequência seja meiga conosco e que tudo passe mais ou menos calmamente sem dramas ou horrores...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Esquecer...

(...)Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, (...).Às vezes é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.Às vezes é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar sem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio e paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir. E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar. Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira. Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar. Até se conformar e um dia então esquecer.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quando o coração nos afasta da realidade

O que fazer quando vemos uma amiga a sofrer e a lutar por algo que não vale a pena?

Muitas vezes só vemos o que queremos ver, só sentimos o que o queremos sentir, interpretamos as atitudes das outras pessoa conforme queremos...

O que fazer quando vemos alguém a fazer uma cena dessas? A acreditar sem medos numa relação que nunca existiu... ou melhor que apenas existe na sua cabeça e imaginação...

Como fazer um cego do coração ver a realidade com a mente e objectividade?

Quando alguém gosta de ti vai atrás... quando alguém quer tar contigo dá sinais... quando alguém te quer bem demonstra-o...

Não podemos agarrar-nos a pequenos sinais transformando-os no centro das atitudes de alguém... Por mais que custe a realidade é só uma e é essa que temos de encarar e viver...



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Nesse dia...

E foi nesse dia que deixei de te amar. Quando me passou a raiva, o ciúme, e a tristeza de te ter perdido, porque, na verdade nunca te tive por inteiro. Mas não te tenho mágoa e isso traz algum conforto à minha alma, agora de novo, leve e livre. A maneira mais bela de recordar os outros é sermos a pessoa que fizeram de nós e viver a vida que nos ajudaram a construir. Tu fizeste de mim uma pessoa melhor e agradeço-te infinitamente por isso. Depois puxaste pelo pior de mim e também te agradeço por que me ajudaste a ver os meus limites, estabelecidos pelo meu sentido de justiça e pela minha vontade, nunca por medo ou por imposições alheias. Mas não está nas nossas mãos mudar a natureza dos outros, e é nos momentos de despedida que se aprende mais sobre a condição humana. (...) o meu porto de abrigo já não passa por ti. na verdade nunca passa por ninguém, temos de o encontrar dentro de nós, ou estaremos perdidos para sempre.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

11 de Setembro de 2001

Esta é a imagem que mais me impressionou do alto dos meus 14 anos quando, em casa, no final das férias da escola, acendo a Televisão e vejo uma das torres do famoso World Trade Center a arder após o embate de um avião... Na altura pensei "bolas grande acidente!", quando em directo vejo outro avião a embater na torre sul e pensei "Ok isto não pode ser um acidente!"... mas estava longe de imaginar o que realmente se passou naquele dia... Após este ataque o mundo nunca mais foi o mesmo, nós nunca mais fomos os mesmos e o sentimento de segurança que tinhamos foi profundamente abalado... Do alto dos meus 14 anos percebi que nada era seguro e que a partir daquele momento a guerra iniciada jamais teria fim... Uma guerra em nome da religião, em nome de tradições e costumes que se sobrevalorizam em detrimento da condição humana e do direito à vida... Não esquecerei jamais esta imagem que simboliza o desespero de quem viveu tamanho flagelo e que se entregou sem medo... de braços colados ao corpo esperando a morte serenamente...

Gostar ou pensar que gostamos?

Será possível pensarmos que gostamos de alguém e afinal não gostarmos?

Ser apenas uma pancada?

Um capricho? Uma mania?

É possivel gostarmos de quem não nos identificamos? Quem objectivamente nada tem a ver conosco mas ainda assim alguma coisa mexe cá dentro?

Como sabemos se o sentimento realmente é verdadeiro ou estamos a fazer uma grande confusão na cabeça?


Momentos dificeis em que não sabemos o que esperar... Em que a lógica se vai e nada parece fazer grande sentido...

Momentos sentimentais em que a racionalidade esconde-se atrás de um coração doidinho para se entregar...
Será isso? vontade de amar? vontade de gostar? vontade de estar junto?

Será a cabeça a confundir o coração ou o coração a cabeça?



Nunca gostamos dos bons rapazes...

Porque será que a pessoa certa nunca nos preenche e nos chega ao coração?

É um dos grandes mistérios das relações... Todos nós temos uma ideia pre concebida da pessoa ideal para nós... o mitico homem/mulher dos nossos sonhos...

E quando ele aparece o que fazemos? arranjamos mil desculpas como: "não é o timing perfeito", "é nhonho (carinhoso) demais", "liga muitas vezes", "conta-me a vida toda", etc...

Enfim são mais que muitas as desculpas inventadas para justificar o porque de termos a pessoa ideal à nossa frente e o coração teima em não bater... imploramos que a paixão chegue e nos arrebate mas ela tarda em chegar e de facto muitas vezes a pessoa ideal não passará de uma boa amizade...

E depois iremos passar a vida a lamentarmos eternamente pela excelente pessoa que perdemos porque o parvo do coração resolveu não se apaixonar pela pessoa certa...

Nunca nos apaixonamos pelas boas pessoas... apaixonamos nos por aqueles que nos fazem vibrar... que nos escapam das mãos... que nos tiram o folego... que nos fazem querer mais...

E esses... esses não se escolhem... o coração é cego e embarca em histórias que sabemos que não irão resultar mas ainda assim insistimos na utopia de um dia sermos felizes ao lado de quem amamos... seja a pessoa certa ou não...